segunda-feira, 9 de março de 2009

Arcebispo excomunga envolvidos em aborto de menina de 9 anos

Por: Felipe Rocha (Brasil)

O arcebispo de Olinda e Recife, José Carlos Sobrinho, excomungou os medicos envolvidos no aborto legal feito à menina de 9 anos estuprada pelo padrasto, além da mãe da criança. O aborto, concluído na manhã desta quarta-feira, é considerado um crime pela Igreja.

- A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos, é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor - diz o arcebispo.

A menina foi internada na noite de terça-feira e imediatamente começou a receber doses de um medicamento que induz ao aborto. De acordo com os medicos, a menina corria risco de vida ou de ficar com sequelas, como explica o médico Olímpio Moraes.

- Se a gravidez continuasse, o dano seria pior, podendo levar a uma gravidez de alto risco. O risco existiria até de morte ou de uma sequela definitiva de não poder mais engravidar.

O médico lembra ainda que, apesar da oposição da Igreja, o aborto foi realizado dentro da lei, já que se encaixava nas duas únicas situações legais: o feto era resultado de estupro e a gravidez colocaria em risco a vida da mãe.

- Há duas indicações legais no abortamento previsto em lei, que é o estupro e o risco de vida. Ela está incluída nos dois e, como médico, a gente não pode deixar que uma menina de 9 anos seja submetida a sofrimento e até pagar com a própria vida – pondera o medico.

A notícia da excomunhão correu o mundo. Porém, apesar da crítica de vários setores da sociedade, o bispo está irredutível quanto à punição aos adultos. Ele lembra, entretanto, que a menina, por ser menor de idade, foi poupada pela instituição e não foi incluída entre os excomungados.

- Para incorrer nessa penalidade eclesiástica, é preciso maioridade. A Igreja, então, é muito benévola, quer dizer, sobretudo, com as pessoas de menor. Agora os adultos, quem aprovou, quem realizou esse abordo, incorreu na excomunhão. A Igreja não costuma comunicar isso. Agora, a gente espera que essa pessoa, em momentos de reflexão, não espere a hora da morte para se arrepender - afirma.

A polêmica discusão chegou até o presidente Lula, que criticou a postura do arcebispo e defendeu os medicos envolvidos, dizendo que, como a vida da garota estava em risco, a medicina estava mais certa do que a Igreja.


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