domingo, 5 de abril de 2009

Crise no Senado aumenta com escândalo sobre diretores

Por: Filippe Gonçalves (Brasil)

O Senado não consegue viver longe dos escândalos. Depois da acusação que mais de 3 mil funcionários receberam horas extras durante o recesso parlamentar em janeiro, dessa vez foi a “descoberta” de nada menos que 181 cargos de diretoria dentro da Casa, cerca de dois cargos de diretores para cada senador. Com a denúncia, o primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), anunciou a extinção de 50 cargos ou função equivalente, a economia com o primeiro corte dos diretores será de R$ 400 mil mensais.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que ficou surpreso com o grande número de diretores, prometeu cortar a estrutura pela metade. Sarney pediu para que todos os diretores entregassem os cargos para que seja feita uma reformulação profunda dentro do Senado, “Nós não falamos mais de reforma administrativa e sim em uma reestruturação profunda da administração da casa”, declarou José Sarney.

-O que for essencial, o que for sério, nós vamos deixar. O que não for, será dispensado. Esperamos chegar a 50%- declarou Sarney (ouça a declaração de Sarney na matéria da Band News).

Mesmo com todo esse escândalo e com o afastamento dos diretores, Heráclito Fortes afirmou que todos os 181 diretores continuarão nos cargos por enquanto, até ser analisado caso por caso. Inclusive, os senadores continuarão ganhando a comissão pelos cargos.

-Eles continuam nas suas funções. Não podemos demitir todos de uma vez só. Não podemos estipular prazos, mas esperamos que seja o mais rápido possível – declarou Heráclito Fortes.

José Sarney anunciou um convênio com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para começar uma auditoria administrativa em todos os contratos da instituição e a modernização da Casa. O prazo para o fim do trabalho da FGV é de seis meses, em que pretende “limpar” a imagem do Senado.

De acordo com Heráclito Fortes, a diminuição dos diretores de 181 para 20 tem a intenção de ficar igual à estrutura do Senado em 2001. Com esse corte e a reestruturação da Casa, a economia para os cofres públicos seria de cerca de R$ 1 milhão por mês.

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ENQUENTE:

Com o fim das diretorias, você acha que o Senado está no caminho da moralização?

() Sim, pois com o escândalo o Senado vai começar a ser mais rigoroso com os cargos desnecessários.

() Não, pois o caso das diretorias vai cair no esquecimento e os senadores vão conseguir um novo meio de ganhar dinheiro extra.

Fórum: O primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes anunciou que os senadores exonerados não vão receber punição. Você acha que os diretores devem devolver os salários que ganharam nos cargos e receber punição severa? (Opine)

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