domingo, 5 de abril de 2009

Mais uma polêmica envolvendo o Senado: as diretorias remuneradas

Por: Felipe Rocha (Brasil)

O Senado Federal continua protagonizando uma série de denúncias desde a posse do presidente , José Sarney (PMDB-AP). A crise da vez começou com a descoberta de 181 cargos de diretoria na Casa, o equivalente a mais de dois para cada senador. Entre os cargos absurdos que vieram à tona estavam um "diretor de garagem" trabalhando no subsolo de um prédio de apartamentos funcionais, e um "diretor de check-in", no aeroporto de Brasília.

- É incompreensível que o Senado Federal tenha uma estrutura tão pesada, com tantos diretores, seguramente não são necessários - afirmou o senador Aloizio Mercadante (PT-SP).

Sarney prometeu uma mudança na estrutura da Casa, que já inclui uma auditoria administrativa feita pela Fundação Getúlio Vargas e o corte de mais da metade dos diretores. O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), assinou no dia 19 de março um ato que determinava a extinção de mais de 50 desses cargos. Além disso, o ato exige que a diretoria-geral apresente um plano de redução de adicional de cargos de direção.

A função desses diretores não ficou muito clara e gerou questionamentos por parte de alguns senadores. Eduardo Suplicy (PT-SP), por exemplo, chegou a irritar Heráclito ao perguntar o que fazem as pessoas que têm esses cargos. Ainda assim, o senador respondeu ao colega, confirmando a bagunça.

- Existem diretores efetivos e os diretores de fantasia, que não têm função específica nem estrutura administrativa em volta - admitiu Heráclito Fortes.

Não foi só Suplicy que questionou o tema. A discussão repercutiu em todo o Senado e muitos parlamentares reclamaram das denúncias contra o Senado. Jéferson Praia (PTD-AM) disse inclusive que os senadores não ganham muito, referindo-se ao salário líquido, que é de aproximadamente R$ 12 mil.

Outras denúncias também atingiram o Senado desde a posse do novo presidente, que afirmou que os problemas caíram em seu colo. A senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), filha de José Sarney, está sendo acusada de bancar uma viagem de parentes e amigos com a cota de passagens aéreas a que todo parlamentar tem direito. Apesar de a senadora dizer que a viagem foi a trabalho, ainda não conseguiu provar tal afirmação. Já o senador Tião Viana (PT-AC) emprestou o celular de uso exclusivo dos parlamentares para a filha realizar uma viagem ao México. O senador, entretanto, já admitiu o erro e diz já ter pago a conta.

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