domingo, 5 de abril de 2009

Crise no Senado brasileiro

Por: Rodrigo Tannuri (Brasil)

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciou que todos os diretores da Casa e os diretores adjuntos deverão colocar seus cargos à disposição. O pedido foi feito após uma onda de sucessivas denúncias.

Após o anúncio, o primeiro secretário, Heráclito Fortes, anunciou a exoneração imediata de 50 diretores e comunicou que a casa deverá ter cerca de 20 diretorias, mas o mesmo informou que o número de 181 diretores que vem sendo divulgado pela imprensa não é exato. “O Senado tem hoje 38 diretores” afirmou Fortes. A dispensa dos funcionários representará uma economia mensal de R$ 400 mil, segundo o diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo. Entre os diretores que vão perder suas funções imediatamente estão Elias Lyra Brandão e Francisco Carlos Melo Farias, responsáveis, respectivamente, pela coordenação administrativa de residências e a coordenação aeroportuária, conhecida como diretoria de check in.

Gazineo confirma que o número de 181 diretores foi um erro. Segundo ele, a lista distribuída à imprensa incluía servidores que ocupam outras funções de assessoramento superior.

De acordo com Fortes, a Casa vai substituir 60 servidores terceirizados, com isso vai convocar funcionários com o objetivo de enxugar gastos do Senado.

Para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), Sarney agiu de maneira correta e deve tomar atitudes dessa natureza para não pagar pelo erro de todos. "O presidente não é responsável pelo erro de ninguém. Ele acabou de assumir e está pagando o pecado de todo mundo, mas tem que fazer a purgação. Ao pedir para colocar todo mundo o cargo à disposição vai poder passar a régua e iniciar nova disposição", opinou Torres.

O curioso em todo esse caso é que Sarney foi um dos responsáveis pela criação de pelo menos 70% dos 181 cargos de direção da Casa que o mesmo visa reduzir. Esse aumento excessivo no número de diretorias foi originado no período entre 2003 e 2005. De acordo com a assessoria de Sarney, a proliferação de cargos na época se justificava. A área administrativa do Senado apresentava pacote de demandas de cargos, o que era referendado pelos senadores da comissão diretora da Casa.


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