Por: Tathiana Xavier (Brasil)
ESCÂNDALO DAS DIRETORIAS REMUNERADAS CAUSA CRISE NO SENADO
Desde o início do mês de março, uma série de denúncias fez o Senado cair numa crise administrativa. Isto é o resultado de um efeito dominó instalado na Casa a começar pelas demissões do diretor-geral Agaciel Maia . Dez dias depois, foi a vez de João Carlos Zoghbi deixar a Diretoria de Recursos Humanos do Senado.
Em seguida o Presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pediu que "todos os diretores da Casa" colocassem seus postos à disposição. A decisão trouxe à tona a informação de que o Senado abrigava mais de uma centena de diretores.
Foi então que se descobriu que havia 181 diretores no Senado. A maioria ocupando funções de pouca relevância para o funcionamento da Casa.
Há casos como diretores de Relações Internacionais que são chefes de si próprios, já que não possuem subordinados. Existem ainda funções sobrepostas como o diretor de jornalismo eletrônico e o da Agência Senado.
Pela terceira vez em uma semana, o Senado reviu o número de diretores que mantém na Casa - disse agora que são apenas 38, e não 181, e que vai reduzir esse número para 20. A direção do Senado ainda não deixou claro o total de servidores que irá perder o adicional de diretorias de segundo escalão.
O diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, disse que a Casa errou ao informar inicialmente que possuía 181 diretores. Segundo ele, havia cargos que tinham a denominação de "diretor", mas na verdade se caracterizam como postos de "assessoramento superior”.
Segundo o primeiro-secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), “o Senado está trabalhando com a tentativa de reduzir esse número (20) para 14 ou 16. E estamos colocando esse número aqui para ter um pouco de segurança”, completou Heráclito, que reconheceu estar tomando medidas sob pressão.
A proliferação das diretorias do Senado e seus anexos com salários elevados se deram, sobretudo, quando o senador assumiu a presidência pela segunda vez.
A jornalista Rosa Costa do Estado de São Paulo descobriu que foi o senador do PMDB pelo Amapá quem criou pelo menos 70% das diretorias escandalosas. A grande maioria gerada no seu segundo mandato, entre 2003 e 2005, quando foi Presidente da Casa.
Diante dos constantes escândalos envolvendo a área administrativa da Casa, Sarney será firme e rigoroso com as decisões no Senado e decidiu extinguir 50% das diretorias criadas.
SAIBA MAIS:
MPF dá prazo de dez dias para Sarney prestar informações sobre horas extras.
Após denúncia, Sarney pede que diretores do Senado coloquem cargos à disposição.
Com 181 diretores, Senado "descobre" ter mais de dois diretores para cada senador.
ENQUETE:
Mesmo com a redução das diretorias no Senado, você acha que a Casa criará novos cargos para empregá-los?
( ) Sim. Eles serão remanejados para outros cargos fictícios e continuarão ganhando muito dinheiro.
( ) Não. Eles realmente deixarão seus cargos e irão trabalhar em funções já existentes no Senado.
FÓRUM:
Privilégio dos bacharéis e religiosos, a cela especial, caminha para a extinção. Porém, o privilégio permanece para políticos e autoridades. O que você acha disso? Comente.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
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