segunda-feira, 18 de maio de 2009

Jornalismo colaborativo: adotá-lo ou não?

Potira Mocaiber (Opinião)

Quando procuramos o significado de jornalismo colaborativo, nos deparamos de imediato com algo feito por pessoas sem formação jornalística mas sim por cidadãos que colaboram com estes profissionais.

A palavra colaborar já diz tudo: escrever para uma publicação sem pertencer ao quadro dos seus redatores.

Neste sentido, surgem várias perguntas, principalmente uma em especial: será que podemos confiar nos conteúdos expostos e criados por colaboradores? Desta pergunta, nos aprofundamos mais e vamos ainda mais longe: será que precisamos deles, uma vez que na era do mundo digital podemos manipular vídeos e imagens com os recursos oferecidos pelos programas de Internet, como o Photoshop?

Há de se destacar que grandes veículos de comunicação já confiaram em colaboradores, e, em muitas destas vezes, decepcionaram-se, seja pela falta de know-how, expertise ou até mesmo pela falta de ética jornalística, essencial e fundamental no meio da comunicação. Contudo, é importante salientar que estes colaboradores, em muitas das vezes, propiciam vídeos, imagens ou sonoras extremamente peculiares, até mesmo raras, que geram matérias marcantes à sociedade. Então, como discernir, filtrar e aplicar todo esse conteúdo diferenciado no profissional mundo jornalístico?

A pergunta fica no ar, entretanto, um bom profissional de jornalismo, que honra sua carreira e seu nome, deve sempre apurar, pesquisar, conversar e, acima de tudo, desconfiar, para que assim, os possíveis erros possam ser minimizados.

É nesta vertente que o diretor executivo do Washington Times, Somolon, explicou bem o papel desse tipo de jornalismo afirmando que "hoje, há temas e informações em cada canto de uma comunidade. Não temos demanda e tempo para realizar uma cobertura extensa e completa do que acontece. Isso atrai a idéia que os próprios cidadãos podem nos trazer conteúdos pertinentes".

Portanto, podemos concluir que existe a possibilidade de darmos chances sim aos colaboradores, porém a investigação da fonte, do material colhido e a projeção da proporção do conteúdo a ser publicado deve ser elaborado. Agindo desta forma, o percentual de acerto é, sem dúvida, alto, e só assim, conseguiremos conciliar os bons materiais interessantes destes colaboradores, adequando-os ao profissionalismo jornalístico. Contudo, é importante ressaltar que, mesmo com todas as medidas preventivas adotadas, existe sim a possibilidade de erro.

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