domingo, 7 de junho de 2009

A democracia em questão

Por: Potira Mocaiber (Opinião)

Como você se sentiria caso obtivesse um resultado inferior ao seu concorrente? A resposta certamente seria "ficaria péssimo" ou então "odeio perder", ou até mesmo, para aqueles com melhor "senso esportivo" diriam "parabéns a ele, mereceu a vitória, perder faz parte".É, e se tivesse sido exatamente ao contrário, você tivesse obtido um resultado pior, todavia isso não seria obstáculo para superar seu concorrente?Qual seria sua resposta?

Esta é a pergunta que muitos vestibulandos fazem quando recebem o resultado do vestibular.

Situações como esta são corriqueiras no Estado do Rio de Janeiro, onde a política de cotas prevalece em detrimento a capacidade técnica e intelectual, onde a política do populismo é mais importante do que a política da eficiência e da transparência.

O Vestibular para o vestibulando é como o Exame da Ordem para o bacharel em Direito. Imaginem estes últimos, após longos e cansativos 5 anos de faculdade, se depararem com uma prova, que já é extremamente difícil, ainda tivessem que lutar contra cotas?A situação parece hipotética, e realmente é, mas talvez seja um exemplo mais perto da realidade vivida pelos adolescentes em uma fase de "divisão de águas" de suas vidas, fase cuja preparação inicia-se no ingresso na escola.

Assim é o funcionamento do sistema de cotas, algo extremamente subjetivo, e, ao invés de reduzir a desigualdade, a hiper valoriza, uma vez que o problema da educação não está nas universidades, mas sim no início do ciclo educacional dos estudantes.

É neste sentido, além é claro, dos aspectos legais discutidos, que o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu, em caráter liminar, ou seja, sem a observação do mérito da questão, suspender a eficácia da Lei Estadual que instituía a criação de cotas nas universidades estaduais.

Na decisão, cujo relator é o ex Presidente do Tribunal de Justiça Sérgio Cavalieri Filho, votou contra a concessão da liminar, entretanto foi vencido por maioria de votos do membros do órgão, tendo com base legal o disposto no art. 5 da Constituição Federal.

Chefe do executivo estadual se manifesta

Tal decisão revoltou o Governador Sérgio Cabral que, inclusive, irá, se necessário for, até o Supremo Tribunal Federal, corte máxima do Judiciário brasileiro, visando a reforma da decisão.

Enfim, são cenas para os próximos capítulos acerca de uma matéria importantíssima para a população brasileira, em especial aos vestibulandos e que deve ser decidida com extrema inteligência para que possamos servir de exemplo aos outros Estados.

Saiba mais

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( ) Não, a cota é uma forma de preconceito e não tem como dar certo no Brasil.

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