domingo, 14 de junho de 2009

Entenda melhor a lei da meia-entra

Por Ilana Senos (Opinião)

A lei da meia-entrada até o ano de 2006 só beneficiava os estudantes portadores da carteira da Une (União Nacional de Estudantes) ou da Ubes ( União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), porém em 2006 com a aprovação da lei 4816/06, as casas de espetáculos, cinema, teatro e estádios esportivos, foram obrigados a vender a meia entrada para estudantes com qualquer carteira estudantil emitida pelas escolas.

Com o passar do tempo essa lei que agora é a 4571/08, foi causando pontos positivos e negativos para os cidadãos, produtores culturais e artistas. Afinal com o aumento do ingresso com desconto, muitos produtores levam prejuízo e por outro lado muitos consumidores não querem mais abrir mão do direito adquirido.

A proposta, agora aprovada pelo Senado, limita a concessão do beneficio a 40% do total de ingressos disponíveis para cada evento. Entretanto o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE) é contra essa limitação, pois acha que isso foi uma conquista dos estudantes e portanto eles não devem ser punidos.

Em diversos estabelecimentos culturais a meia-entrada é a facilitadora de muitos estudantes, mas nem sempre todos utilizam de boa fé. Devido o numero de meia-entrada ser muito grande, muitos lugares já colocam o preço normal elevado para que a meia-entrada seja alta, como se fosse a inteira. Com isso muitos jovens falsificam carteiras estudantis para não pagarem um preço absurdo. Alguns eventos, como festas raves, já tem o valor alto impresso no papel e ao lado escrito meia-entrada, justamente para todas as pessoas “acharem” que estão pagando a metade do preço normal, quando na verdade nessas festas nunca é preciso mostrar algum tipo de carteira. Com esse exemplo como podemos entender essa lei de meia-entrada?

A maioria dos eventos culturais aumentou seus preços devido ao grande uso da carteira de estudante. Para os que realmente são estudantes e possuem a carteira ficou um esquema bom mesmo que na verdade estejam pagando o preço normal, mas para quem não é estudante é claro que vai arrumar uma forma de pagar menos, afinal o carioca tem o seu “jeitinho”. Bem, se o empresário aumenta o valor do ingresso para não perder muito com tanta venda de meia-entrada porque o jovem não pode dar um jeito de se sair bem?

Nossa opinião sobre esse assunto é muito relativa, pois se somos empresários vamos sempre pensar em nosso lucro, se somos estudantes e temos nossa carteira vamos estar felizes com o valor dito da meia-entrada, mas se não somos vamos acabar adquirindo uma carteira falsa para não pagar mais caro. Sabemos que isso vai contra a lei, mas esse é o pensamento de quando estamos passando pela situação. Entretanto, vendo de fora, nossa opinião pode ser mais imparcial.

A novo projeto de lei determina que as carteiras estudantis devam ser confeccionadas por um único órgão, a Casa da Moeda. Provavelmente, com isso, a falsificação diminua. Mas a lei modifica alguns pontos positivos existentes, como não poder utilizar a carteira nos finais de semana. Nesse ponto a lei estaria burlando totalmente o direito dos jovens, pois a sociedade tem que facilitar o jovem a freqüentar eventos culturais e não distanciá-lo.


Saiba mais:

Maria Juca do Circo Voador solta o verbo contra a meia entrada.


A briga da meia entrada.


Idosos pagam meia entrada no Pão de Açúcar e no Cristo Redentor.


Se o novo projeto criar uma única carteira para a utilização da meia-entrada, você acha que o problema da falsificação será resolvido?

( ) Sim. Pois os jovens não terão mais a facilidade de falsificar a nova carteira. Não terão um leque de variações de qualidade de papel como antes.

( ) Não. Pois o jovem sempre arranja um jeito para copiar algo existente. Mesmo que não seja igual eles vão sempre tentar fazer bem parecida.


Você é a favor das mudanças a meia-entrada? Opine.

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