segunda-feira, 8 de junho de 2009

A democracia em questão

Texto Original de: Potira Mocaiber
Texto Revisado por: Felipe Rocha

Como você se sentiria caso obtivesse um resultado inferior ao seu concorrente no vestibular? A resposta certamente seria "ficaria péssimo" ou então "odeio perder", ou até mesmo "parabéns a ele, mereceu a vitória, perder faz parte".E se tivesse sido exatamente ao contrário e você tivesse obtido um resultado pior, que não seria obstáculo para superar seu concorrente? Qual seria sua resposta? Esta é a pergunta que muitos vestibulandos fazem quando recebem o resultado do vestibular.

Situações como estas são corriqueiras no Estado do Rio de Janeiro, onde a política de cotas prevalece em detrimento à capacidade técnica e intelectual; o populismo torna-se mais importante que a eficiência e a transparência.

O Vestibular para o vestibulando é como o Exame da Ordem para o bacharel em Direito. Imaginem estes últimos, após cinco longos e cansativos anos de faculdade, depararem-se com uma prova, que já é extremamente difícil, e ainda tivessem que lutar contra cotas? A situação é hipotética, mas talvez seja um exemplo mais perto da realidade vivida pelos adolescentes em uma fase de "divisão de águas" de suas vidas, fase cuja preparação inicia-se no ingresso na escola.

Assim é o funcionamento do sistema de cotas algo extremamente subjetivo e, ao invés de reduzir a desigualdade, hipervaloriza-a, uma vez que o problema da educação não está nas universidades, mas sim no início do ciclo educacional dos estudantes.

Neste sentido, além é claro, dos aspectos legais discutidos, que, em caráter liminar, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu suspender a eficácia da Lei Estadual que instituía a criação de cotas nas universidades estaduais. O relator do processo, o ex-presidente do Tribunal de Justiça Sérgio Cavalieri Filho, votou contra a concessão da liminar, mas foi vencido por maioria de votos. A decisão revoltou o Governador Sérgio Cabral que diz que irá ao Supremo Tribunal Federal, se necessário, visando a reforma da decisão.

Enfim, são cenas para os próximos capítulos acerca de uma matéria importantíssima para a população brasileira, em especial aos vestibulandos e que deve ser decidida com extrema inteligência para que possamos servir de exemplo aos outros Estados.

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( ) Não, a cota é uma forma de preconceito e não tem como dar certo no Brasil.

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Um comentário:

Felipe Rocha disse...

O texto é grande, mas não possui opinião. Ao chegar ao fim do texto, é impossível para o leitor saber se a autora é contra ou a favor do sistema de cotas.