sábado, 13 de junho de 2009

Meia entrada, Fraude inteira.

Por:Monik Serrão (opinião)

Possibilitando a (quase) todos o acesso mais fácil à espetáculos, cinema e shows,para idosos, estudantes, e crianças até 12 anos as leis municipais que asseguram o direito á meia entrada nos estabelecimentos, á primeira vista parece justa. Mas não é bem assim,muitos produtores estão sendo “engolidos” pela enxurrada de carteiras de estudantes falsas. Precisam fazer um exercício de adivinhação em cada espetáculo para saber qual será o lucro ou o prejuízo que terão pela frente. Há eventos, por exemplo, que cem por cento dos ingressos são de meia entrada.

Para por ordem nessa confusão, a primeira Lei Federal que regulamenta a meia entrada nos estabelecimentos brasileiros está prestes a ser aprovada na Câmara, depois de ter sido aprovada pelo Senado na semana passada.

O presidente da Associação dos Produtores no Brasil, Lúcio Oliveira conversou por telefone com a Tribuna Do Norte, a novidade pode ser um divisor de águas na cultura brasileira. “Não existe nenhuma Lei Federal aprovada no que diz respeito a meia entrada, só existem regionais e são antagônicas. A partir do momento em que se há uma Lei Federal todas as outras (municipais) caem por terra e conseguem minimizar esse efeito explosivo que está acontecendo na cultura brasileira”, disse ele.
O efeito negativo é o aumento do preço dos ingressos. “Hoje é muito fácil tirar carteira de estudante. Só que para contratarmos os artistas nós não podemos pagar meio cachê, meia hospedagem e nem meia passagem. Quem paga a conta é aquela parte do público que não tem o benefício”, ressalta o presidente

Um dos quesitos a serem aprovados na Lei Federal, para a resolução do problema é o limite de apenas 40% dos ingressos serem vendidos como meia entrada.
Alguns dos produtores conversaram com o viver colocando suas opiniões e vivencias. “A gente é obrigado a colocar os ingressos lá em cima devido a quantidade de carteiras falsas. Na minha visão, é de fundamental importância trazer esse questionamento e se a Lei for aprovada poderemos ter uma noção real do lucro ou prejuízo que teremos com um espetáculo e não uma ficção. Isso não tem dado retorno para ninguém e o mais prejudicado é o próprio público”, contou a produtora Juçara Figueiredo, acrescentando que fica inviável trazer companhias sem saber o que pode render em retorno. “isso impossibilita a cultura de andar”.

Já o produtor Alexandre Maia o problema virou uma grande batalha e que esta começando a vencer. “Acredito que estamos começando a vencer. A Lei é muito bacana para o político que fica de bem com os estudantes. Mas é ilusória. É tudo muito justo, válido e bonito, em especial o idoso que quando se aposenta tem seu lugar reservado para pagar menos. Mas este mesmo governo precisa fazer o repasse para que a gente honre. O importante agora é ponderar o preço do ingresso, com isso os políticos iludem a população e alguém está pagando a conta através do benefício dos outros”. Alexandre conta ainda que já passou por situações complicadas com a produção de alguns shows em Natal. “Aconteceu recentemente de eu ter contratado um show e tive casa lotada, mas precisei tirar do bolso para conseguir pagar tudo devido a quantidade excessiva de meia entrada. No fundo a lei como está não atende a ninguém, nem aos estudantes nem aos idosos e nem quem está pagando inteira”.

Henrique Fontes, diretor artístico da Casa da Ribeira pensa ao contrário dos produtores. “Não resolve criar uma lei que limite a quantidade de ingressos. O que deve acontecer é a fiscalização da origem dessas carteiras e não reparar um erro dessa maneira. Eu acredito que não irá funcionar. Acredito que o maior problema hoje são os falsos estudantes, é isso que tem que combater. Essa Lei vem muito pela pressão dos empresários e essa é uma forma de ter um controle de suas produções, mas a Lei é equivocada. Não é essa restrição que irá melhorar a nossa cultura”, finalizou Fontes.

Os produtores que lutam para a aprovação da lei, quer que moralize a emissão de documentos, estabelecendo uma cota de 30% como limite máximo para o pagamento de meia entrada. E que o Governo pague por essa política, participando financeiramente dessa lei, descontando por exemplo dos impostos.

SAIBA MAIS:

A Lei de Meia entrada e suas alterações recentes

A farsa da meia-entrada


Lei amplia meia-entrada para estudantes


Enquete:
O Projeto de lei propõe cota máxima de 40% para a meia-entrada. Você é a favor?

( )Sim, Porque assim não haverá tanta falsificação ideologica, pois os locais ficaram mais atentos a meia-entrada.

( ) Não,Assim afastará os jovens das atividades culturais.


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