domingo, 14 de junho de 2009

Meia-entrada: Quem não tem direito?

Por: Marcus Lacerda (Opinião)

A lei da meia-entrada em casas de espetáculo, cinema, museu, praças desportivas e outros locais veio com o principal objetivo de por em desenvolvimento o incentivo a prática de atividades culturais aos estudantes, que no caso precisam freqüentar esses tipos de locais. A lei não é válida apenas para esse tipo de pessoas, em alguns locais do país e dependendo do evento idosos e professores da rede pública também tem o direito.

No Senado, há um projeto do Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que propõe acabar com o direito a meia-entrada para estudantes em cinemas, teatros e shows em finais de semana e feriados. A partir de inclusão na pauta de votação para a queda da lei, vários argumentos foram levantados: será que a meia-entrada é realmente justa? Quem cobra está realmente tendo prejuízo? Será que ela é essencial para quem tem o direito? E pior, será que quem paga nos eventos o valor de meia-entrada é estudante?

Quem nunca teve um amigo que forjou estudar em uma instituição X quando na verdade não estuda em lugar nenhum. Esse é o grande argumento dos donos de casas de show, de dirigentes de clubes de futebol e dos políticos. A meia-entrada virou bagunça são não compra ingresso pela metade do preço porque não quer. Com isso essas mesmas pessoas que reclamam do uso “exagerado” da meia-entrada “apóiam”, por quê? Porque, no caso de clube de futebol, as torcidas organizadas tem direito a meia entrada, com isso é revendido pelo valor normal ao torcedor e quem lucra são as torcidas. No caso das casas de espetáculo filipetas que, no caso, quem estiver portando-a no ato da compra tem, também, o direito.

Ou seja, será que o valor de meia-entrada não seria o valor inteiro? Recordo-me que antigamente para eu ir ao Maracanã meu pai pagava R$ 10 a arquibancada e R$ 5 a cadeira, a lei da meia-entrada não era obrigatória. Agora nem sonho ir ao estádio e pagar R$ 5. O valor inteiro mais do que dobrou. Uma arquibancada custa R$ 30 e a cadeira R$ 20.

Em minha opinião, o que se deve ser julgado no Senado não é necessariamente o fim da meia-entrada e sim um estudo bem profundo para saber o que está errado. Investigar se há necessidade desses valores, tentar criar uma carteira universal e anti-fraude (quem sabe uma carteira no estilo Rio Card, que tem saldo). Algo tem quem mudar. Está tudo uma bagunça e às vezes quem tem o direito não pode usufruir por que em determinados locais há cota. Infelizmente tudo no Brasil quando se trata de alguém ter um privilégio em relação ao outro todos querem levar vantagem desse privilégio.

Saiba mais

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A briga da meia-entrada

Estudantes participam de manifestação contra cota de 40% para meia-entrada

Enquete:

Você já falsificou um documento para ter direito a meia-entrada?

( ) Sim, pois a fiscalização é mínima e eu não tenho dinheiro para pagar o valor da meia

( ) Não, acho isso um crime. Prefiro pagar o valor inteiro

Fórum:

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