sábado, 13 de junho de 2009

A “queda de braço” da meia-entrada.

Por: Flávio Marques (Opinião)

De um lado, estudantes do 1º, 2º e 3º graus e idosos que possuem o direito garantido pela lei da meia-entrada, do outro lado, empresários, artistas e organizadores de eventos que se dizem prejudicados por essa lei. A incansável “queda de braço” entre essas forças, tem visto nos últimos acontecimentos cenários favoráveis aos produtores do espetáculo.
Os artistas e empresários do entretenimento pressionam o poder público a fim de regulamentar os projetos que restringem o poder Lei da meia-entrada. Nessa discussão de quem tem direito ou não, fica evidente apenas uma certeza: A ganância impera nesse conflito social.
Se os estudantes levantam a questão de necessidade de acesso à cultura, poucos recursos financeiros (na maioria das vezes isso é a realidade) para irem aos eventos e não querem perder o seu direito adquirido por lei. Os produtores e sua “trupe” dizem que em alguns casos os números de meias-entradas chegam a 82% da capacidade das casas, além da existência de um elevado número de falsificações de carteiras estudantis e ainda alegam que a culpa dos altos valores cobrados nos eventos tem sua causa justificável no cumprimento da lei, com a necessidade de cobrir os seus gastos.
Nas apelações da classe artística só ficou esquecido o fato que parte dos eventos culturais produzidos por alguns dos artistas que pressionam o senado para limitar o número de meias-entradas é oriundo da Lei de incentivo a cultura, ou seja, o espetáculo é subsidiado pelo governo, os valores cobrados são exorbitantes e ainda reclamam de quem paga a metade do ingresso?
Já aos cinemas, se deve questionar um ponto interessante. O custo para a ida ao cinema hoje é elevado (não necessariamente só o valor do ingresso, mas os refrigerantes, doces, biscoitos, pipocas e outras guloseimas com seus preços abusivos que são vendidos no local), o que acabam afastando o público de menor poder aquisitivo. As casas de exibições sobrevivem em grande parte pela existência da lei da meia-entrada e o seu público, pelo menos gera alguma renda as salas de exibição. Com a desfiguração da lei, o que pode ocorrer são os cinemas vazios, com pouco público e da mesma forma, tendo que exibir o filme. Pensando nessa forma, seria realmente viável restringir o seu maior público de utilizar o seu produto?
O problema da falsificação da carteira é grave e existem sim outros abusos. Uma forte repressão contra os malfeitores deve existir e que se punam os envolvidos. Fora isso, a Lei da meia-entrada deve permanecer e que se beneficiem apenas os de direito.


Saibas Mais:

Meias verdades sobre a “meia entrada”
Meia-entrada: para presidente do Cinemark, o governo faz caridade com o chapéu alheio
Juca Ferreira defende reformulação de lei de incentivo à cultura

Enquete:

Você concorda que a Lei da meia-entrada deve ser modificada?
( ) Sim, o alto valor cobrado nas bilheterias dos eventos culturais é causado pela Lei. Com a modificação, os ingressos teriam preços mais populares.
( ) Não, Lei é perfeita. Uma modificação nela só traria benefícios aos envolvidos no processo realização do espetáculo que visão o lucro.

Fórum:

Os apoiadores do projeto que restringe a Lei da meia-entrada alegam que ela é a culpada pelos altos valores cobrados nas casas de espetáculo. Seria essa Lei a única responsável pelos valores exorbitantes dos ingressos? Opine!

Nenhum comentário: